Semana passada surgiu uma nova polêmica sobre o adoçante aspartame, muito utilizado por todos nós e que está presente em produtos dietéticos, lights e, até, em pastas de dente! A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou os resultados da avaliação de perigo e risco desse produto, com especial enfoque no risco de desenvolvimento de câncer.
E como foi feito isso? Duas agências renomadas, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (International Agency for Research on Cancer – IARC) e o Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da Organização para Agricultura e Alimentação (Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives – JECFA), avaliando pesquisas e estudos sobre o aspartame, classificaram o adoçante como possivelmente carcinogênico (ou seja, capaz de causar câncer) para humanos (IARC Grupo 2B), mas consideraram aceitável o limite atual de ingestão diária (40 mg/kg de peso corporal). Pra você entender melhor, essa quantidade seria o equivalente a tomar cerca de 9 a 14 latinhas de refrigerante diet por dia
Os dois órgãos conduziram revisões independentes, mas complementares, para avaliar o potencial risco carcinogênico e outros riscos à saúde associados ao consumo da substância. Esta foi a primeira vez que a IARC avaliou o aspartame e a terceira vez que o JECFA realizou essa avaliação. Depois de revisar a literatura científica disponível, ambas as avaliações observaram limitações nas evidências disponíveis em relação ao câncer e também a outros efeitos na saúde. E, quando existem limitações nas pesquisas disponíveis, é porque o tema ainda tem que ser mais aprofundado nos estudos, especialmente em humanos.
Um dos estudos que chamou a atenção e fez a IARC classificar o aspartame como possivelmente cancerígeno para humanos foi sobre o carcinoma hepatocelular, que é um tipo de câncer de fígado. Esse estudo de 2023 mostrou aumento da incidência de hepatocarcinoma em pessoas que consumiram aspartame em doses altas. Entretanto, alguns especialistas acreditam que os resultados do estudo não são conclusivos pois podem ter sido influenciado por outros fatores como: dieta, estilo de vida e fatores genéticos.
Enfim, a classificação como “possivelmente carcinogênico” se deu mais por excesso de dúvidas do que certezas! A verdade é que, o melhor mesmo é degustar o nosso cafezinho puro e optar por água ao invés de refrigerantes zero ou diet.
E aí, o aspartame é um item comum da sua lista do mercado?