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Nem tudo é o que parece e a culpa é sua!

Há uma história antiga que diz que um homem saiu de casa em busca de riqueza e prometeu a mulher que voltaria em 20 anos, mas lhe prometeu fidelidade nesse tempo e pediu o mesmo.

(eu sei o que você está pensando, mas lembre que é uma história)

O homem chegou então em uma fazenda, explicou a situação ao dono e esse o contratou. Trabalhou lá por 20 anos sem receber. Havia pedido que o dono guardasse o dinheiro para quando ele fosse embora.

Um dia, chegou e disse ser chegada a hora. Teria que voltar.

O proprietário então lhe perguntou:

– Quer o dinheiro que eu lhe devo ou 3 conselhos? Vá dormir e amanhã, antes de sair você me fala.

O homem, não conseguiu dormir direito, mas, antes de sair, procurou o patrão e escolheu os 3 conselhos.

(lembre-se, é uma história)

Então, o patrão disse:

1º “Nunca tome atalhos em sua viagem; caminhos mais curtos e desconhecidos podem lhe custar a vida.”

2º “Nunca seja curioso por algo mal; esse tipo de curiosidade pode ser mortal.”**

3º “Nunca tome decisões em momentos de ódio e de dor; você pode se arrepender, e talvez seja tarde demais.”

Após dar os três conselhos, o agora ex-patrão entregou um embrulho ao agora ex-empregado, dizendo:

– Aqui você tem três pães. Dois são para comer durante a viagem, e o terceiro é para comer com a sua esposa quando você tiver chegado em casa.

Então, nosso herói partiu, meio perdido. Meio com medo. Meio arrependido.

Não demorou muitas léguas, encontrou outro viajante, que lhe sugeriu pegar um atalho que encurtaria a viagem em vários dias. Aceitou claro, mas assim que deu os primeiros passos lembrou do primeiro conselho. Desistiu da ideia e voltou ao caminho original. 20 anos? O que são alguns dias a mais?

Dias depois, soube que escapara de uma emboscada.

Algum tempo se passou e ele ficou cansado. Precisava descansar. Parou para dormir numa hospedaria e, de madrugada, ouviu um grito terrível fora do prédio. Levantou-se para saber o que ocorria, quando o segundo conselho lhe veio à mente:

“Nunca seja curioso por algo mal; esse tipo de curiosidade pode ser mortal.”

Retornou para a cama e dormiu profundamente. No dia seguinte, soube que um louco havia atacado alguém e matado cada hóspede que saía atraído pelos gritos.

Puxa, fiz bem em escolher os conselhos. Mas o que a mulher falaria quando soubesse que abriu mão da fortuna a que tinha direito e aos anos de convívio por 3 conselhos? Não sabia, mas seguiu viagem.

Alguns dias de viagem depois, nosso herói pode pôr a prova o terceiro conselho:

“Nunca tome decisões em momentos de ódio e de dor; você pode se arrepender, e talvez seja tarde demais.”

Ao avistar sua casa de longe, logo reconheceu sua mulher. Estava envelhecida, mas era ela, com certeza. Porém, ela abraçava um homem com fervor. Havia amor ali, era certo. O ódio tomou conta do seu coração.

– Como ela pode fazer isso?

(calma, gente, é apenas uma história)

– Eu trabalhei e me guardei todos esses anos como um burro de carga. Me mantive fiel e agora vejo que ela simplesmente está com outro. Vou acabar com a raça dessa mulher.

Mas… (e se você acompanha essa coluna sabe que o “mas” é inexorável) parou, respirou e lembrou do terceiro conselho. Sentou-se. Esperou até o dia seguinte quando estaria mais calmo.

Amanheceu.
O homem bateu a porta.
Ao abrir a porta e reconhecer o marido, a mulher se atirou em seu pescoço e o abraçou afetuosamente. Ele, então, chorando, balbuciou:

– Eu fui fiel a você, e você me traiu.
– Não é verdade. Fui fiel e o esperei durante esses vinte anos, como prometemos um ao outro.
– E aquele homem que você estava acariciando ontem, ao entardecer?
– É nosso filho. Quando você foi embora, descobri que estava grávida. Hoje, ele está com vinte anos.

Então, pai e filho finalmente se conheceram. Depois de um longo abraço, José contou ao rapaz toda a sua história, tudo que fizera desde que deixara o lar. A família se sentou à mesa, para tomar café e comer o pão que sobrara da viagem. Os três oraram, em meio a lágrimas de emoção. José partiu o pão e, dentro, encontrou todo o dinheiro que economizara nos anos de trabalho.

A história é inverossímil? Claro.
Agora, será que os conselhos também são?

Quantas vezes em nossas vidas nos achamos muito espertos e queremos tomar os atalhos que essa esperteza nos apresenta? Quantas vezes escolhemos o caminho mais fácil, deixamos o mais difícil e quando os resultados são igualmente fracos, reclamamos?

Outras tantas nos metemos em fofocas apenas por curiosidade? Ajudamos a falar mal de pessoas que mal conhecemos para “nos enturmarmos”, sermos aceitos em um grupo específico?

E por fim, o sentimento concorrente do amor, o ódio. Ele nos faz tomar decisões estúpidas em momentos estúpidos, por motivos estúpidos. Dizem que sempre que escrevermos um problema, metade dele será resolvido apenas nesse ato.

Deveríamos fazer o mesmo com relação as nossas atitudes extemporâneas.
A regra do PPR.

Parar.
Pensar.
Respirar.

Sei o que você está pensando.
”Fácil falar, difícil fazer”.

Sim, é verdade.
Por isso somos, em nossa ignorância humana, medíocres, ou seja, medianos e, ademais, os que seguem o PPR, são essenciais, especiais.