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Bitcoin bate na porta dos US$ 100 mil

Nas últimas semanas, os mercados financeiros globais têm testemunhado um rally impressionante, especialmente no universo das criptomoedas. O Bitcoin, principal ativo digital do mercado, chegou a flertar com a marca simbólica de US$ 100 mil, renovando o otimismo dos investidores. Este movimento reflete uma combinação de fatores, incluindo maior apetite por risco e a busca por proteção em um cenário de incertezas econômicas globais.

O Bitcoin vem sendo impulsionado por um conjunto de catalisadores. A crescente adoção institucional, a  aprovação de ETFs de Bitcoin spot nos Estados Unidos que aconteceu este ano e a eleição de Donald Trumpo são alguns dos principais motores dessa valorização. Além disso, a desvalorização do dólar em algumas frentes e as incertezas relacionadas às políticas monetárias globais têm levado investidores a buscar refúgio em ativos alternativos, como o ouro e o próprio Bitcoin, que é considerado por muitos como o “ouro digital”. A proximidade dos US$ 100 mil, embora ainda não rompida, reforça o papel da criptomoeda como ativo de destaque em 2024.

Apesar da euforia com o Bitcoin, o foco dos mercados tradicionais está voltado para a divulgação dos dados de inflação nos Estados Unidos, marcada para esta quarta-feira às 10h30 (horário de Brasília). O índice de preços ao consumidor (PCE) será crucial para determinar o humor do mercado até o final da semana.

Os investidores buscam sinais claros sobre o ritmo da inflação para ajustar suas expectativas quanto à trajetória da política monetária do Federal Reserve (Fed). Caso a inflação venha acima do esperado, o Fed poderá adotar uma postura mais rígida, o que pode impactar negativamente os ativos de risco, incluindo ações e criptomoedas. Por outro lado, uma inflação controlada pode reforçar a perspectiva de que os juros tendem a continuar caindo, alimentando o otimismo nos mercados.

O cenário para o restante da semana está longe de ser tranquilo. Apesar da empolgação com a recente alta do Bitcoin, a divulgação dos dados de inflação será determinante para o direcionamento dos mercados. Os investidores devem estar atentos, pois qualquer surpresa nos números pode desencadear uma nova onda de volatilidade, influenciando tanto os mercados tradicionais quanto os ativos digitais.

Se o Bitcoin conseguirá finalmente romper a barreira psicológica dos US$ 100 mil dependerá não apenas do apetite por risco dos investidores, mas também de como os dados macroeconômicos moldarão o ambiente para os ativos financeiros como um todo.

Mauricio Barreto

Observatório Econômico