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A percepção da felicidade

Minha mãe me dizia que se eu não me comportasse iria ficar de castigo em casa, não sairia, não iria na casa de amigos, enfim… não, não era possível ser feliz assim.

Hoje, depois de um dia de trabalho, trânsito, aporrinhação sem tamanho, tudo que você quer é ficar em casa sem ter que sair, ir na casa de ninguém… isso, sim, é felicidade.

A felicidade não é receita que possa ser copiada.

Felicidade não guarda relação com o ter.
É o ser.

Poder ser o que é, de fato, de verdade, sem máscara é um passo enorme para a felicidade.

Ser feliz não é um conceito.
É um sentimento.

Junte duas pitadas de alegria, com o fim da saudade…
Não.

É ser e estar.
É verbo.

Há os que são felizes tendo tudo.
Há os que são felizes não tendo nada.
Há os que tem tudo e vivem no vale da tristeza.
Há os que não tem nada e tristes também são.
Há.
Sempre há.

O conceito de felicidade, me parece muda com o tempo e com a idade.
O desconhecido seduz com a promessa de felicidade.
O conhecido escancara a verdade da sua falta.

Felicidade.
Sentimento sem endereço.
Sem posse.
Sem data para começar ou terminar.
Felicidade.
A verdadeira arca da aliança.
O cálice sagrado da vida.

É possível viver e não ser feliz.
Há vida sem a felicidade?

Há.
Sempre há.