Esse disco passou batido por mim, mas agora chega aos meus ouvidos e não tem como não escrever sobre ele… ou melhor, sobre ela, a absurdamente talentosa Fafá de Belém!
Humana é o título do 26º álbum de Fafá de Belém, lançado em 2019 pela gravadora Joia Moderna. O disco, produzido por Arthur Nogueira e dirigido por Zé Pedro, marca um momento de renovação na carreira da cantora paraense, que explora um repertório variado e emocionante, com canções de diferentes épocas e estilos. Tudo com uma cara de rock, de blues, com luzes e sombras mesmo nos boleros.
Capa da versão digital
É algo que toda cantora deveria aprender a fazer, modernizar seu som sem perder a essência. Nesta resenha, vou analisar as principais faixas do álbum e o seu impacto na trajetória de Fafá.
Capa do CD físico
O álbum abre com Ave do Amor, uma parceria inédita entre Arthur Nogueira e Ava Rocha, que traz uma atmosfera dramática e intensa, com uma letra que fala sobre a força do sentimento que ressurge após um tempo de silêncio. A voz de Fafá se impõe sobre os arranjos minimalistas, criando um contraste entre a delicadeza e a potência da interpretação.
A faixa seguinte é Revelação, um clássico da MPB composto por Clésio e Clodo Ferreira em 1978, que ganha uma nova roupagem com a produção de Nogueira. A canção, que já foi gravada por nomes como Maria Bethânia e Simone, é um dos pontos altos do disco, com uma melodia envolvente e uma letra que fala sobre a dificuldade de esquecer um grande amor.
O álbum segue com uma sequência de faixas que mostram a versatilidade de Fafá, que transita por diferentes gêneros e épocas, sempre com personalidade e emoção. Em Dona de Castelo, ela revisita uma obra-prima de Jards Macalé e Waly Salomão, lançada em 1974, com uma interpretação cheia de nuances e expressividade.
Alinhamento Energético, ela surpreende ao cantar uma música contemporânea de Letrux, que fala sobre as angústias e incertezas do mundo atual, com uma pegada pop e divertida.
O Terno e Perigoso Rosto do Amor, ela se aventura por uma canção de Adriana Calcanhotto, baseada em um poema de Jacques Prévert, que traz uma sonoridade sofisticada e uma letra que reflete sobre as contradições do amor.
Outras faixas que merecem destaque são Eu Sou Aquela, de Joyce Moreno e Paulo César Pinheiro, que traz uma leveza e uma provocação na voz de Fafá, que canta sobre a liberdade e a independência de uma mulher que sabe o que quer.
A faixa que encerra o álbum é Toda Forma de Amor, um dos maiores sucessos de Lulu Santos, que ganha uma versão simples e honesta de Fafá, que canta com alegria e otimismo sobre a diversidade e a tolerância.
Humana é um álbum que revela a maturidade e a sensibilidade de Fafá de Belém, que se reinventa sem perder a sua essência. O disco é um convite para conhecer ou redescobrir a voz e a arte de uma das maiores cantoras do Brasil, que se mostra humana e apaixonada pela música.
Aroldo Antonio Glomb Junior é jornalista e Athleticano
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