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O medo, a vontade e o trabalho

Seriedade.
Compromisso.

Coisas em extinção nos profissionais. Parece que simplesmente não se importam mais. Não raras são às vezes que recebo, em meu trabalho, pedidos de emprego. Eles são de toda a ordem, de todo o tipo e para todos os salários. Mas será que estas pessoas querem mesmo trabalhar ou querem apenas em receber?

O trabalho, pelo menos como eu o conheço, carece de dedicação, tesão, vontade e ainda mais vontade. É preciso querer fazer, querer vencer, lutar para isso. É algo como, já que está fazendo, já que está dedicando tempo para aquilo, faça bem feito. Dê o seu melhor.

Muitas vezes o funcionário, que com a modinha passou a ser chamado de colaborador, faz o que é pago para fazer, muitas vezes, mal feito, simplesmente por um motivo: ele não se importa. Simples assim.

Essa simplicidade se perde quando o quesito é reclamar:
– ganho pouco.
– não sou valorizado.
– o cara entrou depois de mim e já foi promovido…

Não importa se a empresa investiu em cursos de motivação de pessoas, gestão de pessoas, etc.

Em uma época de poucos empregos, a concorrência está acentuando a distinção entre o querer e o poder. Não há salário, cargo de chefia ou premiação que vá motivar alguém que não quer ser motivado. Simplesmente não há. Recentemente trabalhei com um profissional bastante competente, tinha habilidades particulares, o que lhe faltava não era saber, era querer. Ficava parado, patinava em coisas que poderia resolver facilmente. Não importa quanta pressão ou incentivo estivesse em jogo, era uma questão de querer.

Nesta mudança de postura patrão/empregado em que vivemos há um fator que ainda não mudou, o medo. O medo de ficar desempregado, o medo em se ter uma remuneração variável, o medo em não ter a carteira de trabalho assinada. Coisas do tempo em que trabalhar no Banco do Brasil era um objetivo de vida. Garantir a estabilidade. Ao mesmo tempo, vivemos em um tempo sem barreiras, em que tudo é possível, empreender é mais fácil. Trabalhar de casa é possível. Trabalhar molhando o pé na praia, basta buscar, querer e fazer. Claro, sempre teremos as desculpas.

De toda a ladainha exposta o que fica é: não faça o que não quer, não contrate quem não quer ser contratado. E mais, caso tenha feito uma das duas coisas, seja valente. Peça a demissão ou demita. Alguns funcionários praticamente imploram a sua demissão. Acredito que alguém pode aprender a gostar de algo, mas é preciso uma chancem dedicação. É preciso vontade de fazer, vontade de vencer, vontade de aprender.

Jamais fique onde não quer, onde não te querem, o medo pode ser apavorante, mas a derrota, ainda que tardia, é ainda mais. 

Dá uma olhada no exemplo abaixo.