Ontem as redes sociais entraram em polvorosa, o motivo? Um vídeo de uma mãe que filmava um assento específico uma mulher que se recusara a mudar de lugar com o filho dessa senhora.
A mãe, com vozes de choro ao fundo, reclamava de uma suposta falta de empatia da moça com relação ao seu filho, com voz seguia filmando. Nos comentários do vídeo, agora retirado do ar da página do perfil da senhora, milhares de comentários criticando.
– Por que não comprou antes?
– O teu filho não é problema dos outros.
– Isso não tem nada a ver com empatia.
O que você acha? Faltou empatia para a mulher?
Vou dar meu pitaco não solicitado:
Não!
Mas não quero falar disso. Também não quero argumentar que a senhora poderia ter comprado o lugar antes, ou que havia outros tantos bancos ao lado de janelas que a mãe poderia ter pedido para trocar ou ainda filmado para “expor”. Não. Quero falar sobre o “não”.
Não.
O “não” virou um palavrão.
O “não” virou uma ofensa.
O “não” passou a ser considerado “falta de empatia”.
Há um texto nos intervalos da Ouro Verde FM que diz:
”Pais fingem que educam, professores fingem que ensinam, alunos fingem que aprendem…”
Quando deixamos de ensinar que o “não” é sim uma resposta totalmente aceitável?
Mais: quando passamos a aceitar a intimidação via telefone celular e voz alterada como aceitável?
A moça, agora celebridade nas redes sociais, diz que não quis trocar de lugar porque havia pago por ele e que não se importou com a agressividade da mulher, a dica: “fazer terapia”.
Eu sei, o não é difícil de dizer, principalmente quando somos colocados em situações sociais adversas, quando há a pressão de ser aceito em um grupo específico.
O “não” é uma palavra que diz muita coisa em apenas 3 letras.
Se ela diz o que você quer que ela diga, é outra questão.
Mas diz.
Aceitar levar um “não” faz parte do crescimento.
Aprender a dizer “não” faz parte do aprendizado.